15 de out. de 2013




" Trivium, como sempre, é uma garantia, pelo menos na Itália! Com motivo do próximo lançamento do seu novo trabalho discográfico, “Vengeance Falls”, nos encontramos com Matt e Corey, que estão nesta entrevista exclusiva nos dizem tudo o que há por trás (e dentro) deste último disco. "


Entrevista de Marcella F.
Tradução de Arianna G. y Selena M. (Italiano) | Viry Abernethy (Espanhol) | Roberto Brandão (Português)


Olá Matt, olá Corey. Bem vindos a Metallus. Hoje estamos aqui em Milão para falar sobre seu novo álbum, “Vengeance Falls”. O que você gostaria de falar a respeito? E sobretudo, Onde tudo começou?

Matt: Começamos a escrever a música para o que se converteria em “Vengeance Falls” imediatamente despois da publicação de “In Waves”. Trabalhamos durante o curso da turnê de promoção dirigida a esse disco. Para a criação das canções, posso dizer que em um princípio sempre há uma pessoa que se encarrega das partes de guitarra de uma canção inteira, não se movem demais as coisas dentro da banda, logo cada um a transforma de sua maneira. Enviamos nosso demo para nosso produtor David Draiman e decidimos desde o princípio que ia ser responsável da produção do disco, e logo o mandamos as faixas e nos ajudou na construção das canções. Também nos ocupamos da pré-produção com um engenheiro de som e pouco a pouco preparamos as canções. Levou cerca de um ano e meio entre compor o material e o trabalho realizado por nós.

Todo o álbum é diferente de seus trabalhos anteriores, a exceção de “In Waves” de 2011. Parece que este álbum é mais melódico, as canções são mais melódicas que seus primeiros discos. Consideramos, portanto, que é como um disco de transição; Vocês estão pensando em fazer deste seu som, ou sequem considerando mudar o som de sua música?

Matt: Pessoalmente, não vejo “Vengeance Falls” como uma mudança, é mais como uma combinação de todos os ingredientes de nossos 5 discos anteriores. Para dizer a verdade, não acho que parece que tem uma conexão com “In Waves”, na minha opinião contém um pouco de todos os 5 discos, por que a interpretação dada pelas pessoas quando dizem que este álbum é mais melódico é estranha. Temos recebido opiniões de algumas pessoas que acharam este álbum mais brutal e pesado, por que corresponde ao ouvinte a sua própria opinião, mas cremos que tem os melhores ingredientes estilísticos tomados dos nosso trabalhos anteriores.

Muitas pessoas, depois de escutar o single no YouTube, pensarão que a sua voz era ligeiramente inferior em comparação com suas anteriores atuações vocais…

Matt: Essa interpretação é bastante estranha, porque neste álbum alcanço notas altas como nunca antes. É provável que as personas não tenham escutado todos os temas do disco.

Tive a oportunidade de ouvir uma música no YouTube recentemente ...

Matt: Ah, está falando do single “Strife”, certo?

Sim, “Strife”! É claro que eu ouvi o álbum inteiro!

Matt: Mmm, o que posso dizer é que na realidade eu nunca fui um cantor “alto”, no sentido de que nunca fui com o tom de voz. Com este disco, foi uma questão de aumentar as melhores características que possuímos, e de fato, com o "Strife" queríamos fazer algo difícil, sempre fomos uma banda que quer ir mais além de seus limites, e com este single eu alcanço uma outra escala vocal, algo que nunca havíamos feito antes, por dizer de uma maneira, porque no nível de som se cumprem todas as coisas boas que sempre fizemos. Também explorei os tons mais baixos de minha voz. Compondo o disco me dei conta de que poderia subir tons, graças sobretudo a ensino que ganhei por David Draiman, nosso produtor… assim que posso dizer que temos dado o máximo neste novo álbum!

OK, agora vamos se concentrar na arte do disco. Pessoalmente, gosto muito, e me e eu queria saber se ele é baseado em uma fotografia ou desenho. Como se chegou a sua criação?

Corey: Quem tornou tudo isso possível foi Brent White e certamente muitos de nossos fãs vão reconhecer o seu trabalho, logo que ver a capa. Ele projetou um monte de nossas camisas nos últimos anos e, sabendo do seu trabalho, produzido, já sabíamos onde estávamos indo. Nós demos quase tudo: o título, a música, as letras e algumas dicas para tornar a inspiração correta; Nós demos-lhe uma tela em branco para que eu pudesse criar algo que visualmente, pode causar algum impacto. Esta representação se une perfeitamente, de uma forma ou de outra, com o conceito de que o disco quer expressar. Desde o primeiro momento que vimos, nos encantou e pensamos que poderia encantar em todos os aspectos no disco. É uma combinação entre desenho e arte computacional … Como o define, Matt?

Matt: Ele fez coisas no computador baseado em esboços desenhados à mão.

Corey: Neste caso, é uma combinação de arte digital e desenhos feitos à mão. O designer é muito talentoso, tudo que ele faz é excepcional, e conseguiu exatamente o que queríamos para esta capa!

O que você pode nos dizer do título? Foi escolhido no fim do processo ou antes?

Corey: Em teoria, já tínhamos em mente o título antes mesmo de começar a gravar o álbum, era algo que tinha sido estabelecido em nossas mentes. Para este álbum, já tínhamos uma ideia da direção que queríamos tomar, o título temporário que elegemos foi “Wake”, e assim que entramos no estúdio, Matt começou a gravar o tema de título do álbum, ou, pelo menos, o vocal e David (Draiman) trabalhando com Matt, teve uma ideia. Começou a ler todo o texto da canção, com o fim de compreender o significado e para ver se havia algum tipo de fio vermelho com o resto das músicas. Em um momento, ele mencionou algo sobre o trecho de que a música as vezes tem que falar, e sugeriu “Vengeance Falls” como um título mais apropriado, já que capta o significado e a atmosfera do disco em si… Incluindo a letra da canção transmite muito mais sentimentos que as letras de “Wake (The End is Nigh)”, a última faixa do disco. Nós pensamos e nos pareceu mais apropriado este título, deu maior sentido a tudo.

Ouvindo o álbum, percebi que existem alguns elementos que vem do som do álbum antigo, mas há alguns elementos inovadores: Por exemplo, “Strife” é uma canção muito especial, assim como “Through Blood and Dirt and Bone”. Na minha opinião, estas duas canções são muito diferentes de todas as outras canções do disco. Incluindo o tema que dá título ao disco poderia considerar que é uma canção tirada de “In Waves”, um pouco arriscado ... O que você acha?
Matt: Não, para nós não foi um problema decidir como queríamos soar, nunca pensamos “Olhem, queremos ter um estilo diferente.” Tínhamos feito com os discos anteriores, temos demostrado e explorado todas as partes que a banda possui, tentamos algumas coisas diferentes nos últimos álbuns. “Vengeance Falls” é o álbum onde queríamos cantar, onde queríamos fazer a música que queria ouvir a banda, apesar do que pode acontecer, por que não foi em absoluto uma questão de fazer o disco de tal maneira ou de outra. Escrevendo este disco nunca demos importância para a técnica e o ritmo ou a lentidão ou os “ingredientes” que queríamos por nas canções. Simplesmente nos focamos em como fazer uma boa canção, assim vendo o disco em sua totalidade, vemos que ainda tem os elementos do álbum anterior e se constrói sobre a base deste último. Vocês podem ver por momentos o que fizemos como banda em cada canção, mas as vezes parecem quase indefiníveis, as vezes é fácil as vezes difícil encontrar similares a outros trabalhos, porque não utilizamos as mesmas ferramentas utilizadas anteriormente… É um pouco a forma que estava descrevendo antes... “Vengeance Falls” é uma canção que se pode colocar facilmente em “Wake”. Oh, desculpe! É uma música que poderia ser colocado em "In Waves", sente-se um novo desenvolvimento, não é uma tentativa consciente de criar algo diferente, falamos da evolução normal da banda. Temos sido capazes de explorar diferentes partes de nosso som e em termos de som, me dei conta de que todos temos melhorado. Hoje em dia me sinto mais confortável do que era no passado.

Há uma canção entre todas que te gostaria de falar? Há alguma canção com a que se sente mais conectado?

Matt: Pessoalmente, a primeira canção que mencionada, “Through Blood and Dirt and Bone”, sim definitivamente um dos meus favoritos neste álbum, pelo simples fato de que é uma música “lenta”, simples, melódica, com a sua própria intensidade que pode me dar os mesmos sentimentos que sinto ouvindo as músicas rápidas que fizemos até agora. Em minha opinião, é como se sentisse algo escuro nessa canção, você pode perceber ouvindo pela primeira vez. Geralmente, é um disco muito enfurecido pelo simples fato de você ter notado esse fator, por mencionar esta canção em particular, que ao parecer, foi uma das primeiras em saltar aos olhos e me faz feliz em saber que essa sensação é transmitida e percebida pelos outros. “Through blood and dirt and bone” e “Wake” são peças que se destacam, entendemos que também você gosta de “Wake”, então…

Corey: Sim, para mim seria o mesmo. As canções que escuto com maior frequência são “Through Blood and Dirt and Bone”, “Wake (The End is Nigh)” e “Strife”. Gosto por diversas razoes, mas o único que posso dizer é que oferecem algo diferente. Na minha opinião, “Through Blood and Dirt and Bone” é uma canção muito interessante, é uma canção que se destaca, já que tem todas as características que temos como banda. Temos sido capazes de tomar esses elementos para compor uma canção que possa sobressair entre muitas, sim ser um clone de outra, e assim sucessivamente. Não há nada que se possa comparar com o que temos feito no passado, temos sido capazes de combinar muitos elementos juntos e criar músicas escuras, melancólicas… o tema e o conteúdo das canções, mesclado com a música, criando uma canção muito poderosa. Supostamente, essa canção é uma das faixas que ainda me dá calafrios, cada vez que a escuto me causa o mesmo efeito, por sua atmosfera escura, potente, é um verdadeiro ponto culminante do disco, e é considerada como tal por toda a banda. Incluindo “Wake (The End is Nigh)”, que é a última canção do disco, é um tema que se destaca entre muitos, por sua estrutura, devido ao fato que tem muito das mudanças de tempo, tem uma letra muito forte, a guitarra é muito melódica e limpa desde o começo, criando assim uma atmosfera agradável. Uma vez que, então, que esta canção foi eleita como a última peça do disco termina com um final épico, mas ao mesmo tempo muito “triste”; a última seção nos vocais e guitarras, a outra, tem um final pesado, intenso, muito emocionante, se me permite dizer… É um disco muito escuro, com raiva, dá a sensação de solidão… Na minha opinião, é uma boa maneira de terminar um disco!

Por que não fazer um disco alegre neste momento?

Corey: Porque isso não é metal! Não seria divertido! [Risos]

Matt: Creio que este disco fala de uma luta interna que leva ao fim em cada um de nós, fala da tribulação, a angustia, de todas essas coisas que estão sucedendo agora no mundo. Isso é o que eu tenho com a música, especialmente se falamos de música pop, em que tudo é baseado no conceito de que a vida é uma festa, um baile local, onde todo mundo pensa só em embriagar-se com a finalidade de viver uma chamada vida digna. Esta não é a forma correta de viver – não estou dizendo que a gente necessita de algo duro e os aspectos negativos da vida em si – estou dizendo que é importante que cada um de nós é capaz de encarar as coisas ruins que acontecem e ser capazes de perceber que, lamentavelmente, este último acontece. Espero poder fazer enfatizar mais esta mensagem, todos deveríamos ser capazes de aceitar a raça humana, Para mim, isso é muito importante! Sempre Tenho argumentado que os seres humanos devem aceitar todos os seres humanos de todos os tipos, independentemente de que alguns seguem a danificar uns e a outros. Este disco trata da violência das pessoas, fala de como superar as dificuldades, os aspectos da vida, que logo canalizei na música, por isso neste disco não há um final feliz. No entanto, o que mostra o disco é como canalizar a negatividade e converte-la em algo positivo, falamos de alguém que conseguiu fazer, há uma liberação neste disco, que canaliza tudo na música e não utiliza o mal para ferir as pessoas ou a si mesmos. Gostaria que todos os seres humanos focem conscientes do que fazem, em vez de gesticular o mal que fazem contra si mesmos ou contra os demais. Devemos canalizar todo isso na arte, na música, em um passatempo! As enfermidades mentais e a deficiência mental são coisas reais e as vezes a gente necessita pedir ajuda, e se não encontra a ajuda de amigos ou familiares não deve se envergonhar de buscar ajuda em outro lugar, e esta ajuda pode ser buscada na música ou fora dela… Bem, voltando ao discurso de abertura, o álbum fala do lado escuro do mundo e como podemos sair desta.

Corey: A pesar dessas nossas letras serem bastante escuras e os temas serem sombrios, creio que a gente deveria experimentar este tipo de sentimentos e sensações, por exemplo, sentir-se deprimido ou sentir-se perdido no mundo; deve sentir-se irritado sobre algo. Como Matt mencionava antes, poderíamos dizer que “a vida é uma festa e tudo se baseia em arco-íris e como as pessoas estão felizes”, então as pessoas não seriam capazes de se identificar e tem uma ligação com a peça, mas se eles tiveram que ouvir uma música com um tema forte, seja por sua letra ou em sua intensidade, então a questão mudaria. As canções tratam sobre o que as pessoas sentem e se a gente tentar criar uma conexão com esta canção, logo nos sentiremos melhor. No passado tínhamos canções sobre o maltrato infantil e a violência doméstica e todas estas coisas, houve pessoas que chegaram até nós e nos disse que as canções tinham ajudado, que os ajudaram durante períodos de trevas. Em um nível temático, não parece muito positivo, eu percebo, mas as pessoas encontram esperança nas canções sobre o que realmente sentimos e escutam, não falamos de uma canção sobre a felicidade, de ser feliz, arco-íris e coisas deste estilo. Não tentamos fazer isso. Você sabe, há sempre uma série de fatores. Não tem como se identificar com isso porque simplesmente não estão no mesmo barco.

Matt: E quando isso acontece, as pessoas finalmente conseguem por sua cabeça para fora da areia, percebendo que não pode suportar tudo isso, você percebe que tudo é real e que a situação é mais pesada do que deveria, e, em seguida, você não pode ignorar.

Você acabou de terminar uma turnê. Lembro-me também que tocou em Cervia e agora estamos aqui reunidos para promover seu novo álbum, então a pergunta é natural: virão em breve em uma nova turnê para promover este álbum?
Matt: O show que tive lugar na Cervia foi incrível, havia muita gente (fãs) que também se apresentou dois dias antes do concerto e estavam na fila para esperar, nossos fãs cantam tudo, até que as partes de guitarra de "Strife" na sua totalidade. Foi realmente fenomenal! Metade da banda é italiana, portanto, para nós é sempre um prazer estar aqui, você sabe, Nick e Paolo são italianos… por isso estamos sempre aqui. Acho que falo italiano mais do que eles [risos]. Sim, estaremos sempre aqui, definitivamente voltarei aqui em janeiro, fevereiro, março. Não temos certeza de quando isso pode acontecer como em um cartaz líder ...

A saída deste álbum está agendado para 15 de outubro. Se não estou enganado, haverá uma edição especial ...

Matt: Sim! A edição especial incluirá três músicas, enquanto a versão japonesa quatro.
A edição especial será publicada em todo o mundo, há duas canções originais, uma canção chamada "No Hope for The Human Race" e outra é chamada de "As I Am Exploding" Haverá um cover de Misfits, para os "Skulls… We Are 138". Esse over é grande, enquanto o outro cover, que fará parte da edição japonesa, é um cover de REM, então você vai ter que cavar fundo para descobrir como ele será.

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