9 de out. de 2013

O texto representa a opinião do autor, não do Trivium-Brasil ou de seus editores.
Vengeance Falls, sexto álbum do quarteto norte-americano Trivium, tem um ponto em comum e outro nem tanto com o último disco do grupo, In Waves (2011). O ponto em comum é que, mais uma vez, o grupo liderado pelo vocalista e guitarrista Matt Heafy gravou um trabalho de qualidade superior, que beira e namora a nota máxima. Já o aspecto que difere o novo álbum do anterior é, justamente, uma de suas maiores qualidades: a melodia. Enquanto no disco de 2011 havia um foco maior na agressividade, em Vengeance Falls a melodia retorna em pé de igualdade, com linhas vocais cativantes, solos que grudam no ouvido e refrões feitos sob medida.

Produzido por David Draiman (vocalista do Disturbed e do Device), Vengeance Falls abre com um trio poderoso de faixas. “Brave This Storm” tem força para se transformar, provavelmente, em uma das prediletas dos fãs. Já a música que dá nome ao álbum derrama baldes de melodia sobre o ouvinte e faz a ponte entre aquele tipo de som que o In Flames fazia no início de sua carreira e a sonoridade característica do Trivium. Excelente composição!

Enquanto isso, “Strife” abre com guitarras que emocionam qualquer fã de metal das antigas, principalmente aqueles como eu, criados a doses fartas de NWOBHM e Iron Maiden. E, depois dessa intro, evolui em um andamento com influências de hard rock, explodindo em refrão não menos que memorável.

E daí, quando você pensa que vai ter um tempo para respirar, segue sendo bombardeado por uma leva impressionante de boas composições. A influência do In Flames dos primeiros anos pode ser sentida, mais uma vez, em “No Way to Heal”, música que mostra que Heafy e companhia andaram ouvindo muito discos como Colony (1999) e Clayman (2000). Já “At the End of This War” inicia com um trecho acústico, desenvolvendo-se em uma sonoridade que mescla a sidentidade própria da banda a algo que vai em uma linha semelhante ao último álbum do Machine Head, o fenomenal Unto the Locust (2012).

O bom gosto que o Trivium apresenta em Vengeance Falls, indo de melodias bem pensadas a arranjos muito bem construídos, fica evidente em faixas como “Villainy Trives”, cujas camadas vão se desdobrando sobre o ouvinte até desembocarem em um dos mais fortes refrões do álbum.

Com riffs fortes e entrelaçando-se de maneira afiada, as guitarras de Heafy e Corey Beaulieu estão entre as qualidades mais evidentes do trabalho. A dupla formada pelo baixista Paolo Gregoletto e pelo baterista Nick Augusto (que estrou no álbum anterior) também se destaca, com uma performance dinâmica e uma interação acima de qualquer suspeita. Aliás, Gregoletto até um solo de baixo entrega em “Inicineration: The Broken World”.

No entanto, o protagonismo do Trivium segue todo com Matt Heafy. O líder, vocalista e guitarrista segue impressionando. Fazendo uma comparação com o universo dos super-heróis, Heafy está no auge dos seus poderes. Cantando muito, variando com precisão seu timbre limpo com trechos guturais, é o responsável principal por colocar o Trivium em um nível superior ocupado por pouquíssimas bandas no metal atual. O crescimento que o grupo apresentou em toda a sua carreira, o pulo evolutivo que a banda deu em todos os seus discos, principalmente nos dois últimos trabalhos, faz os ouvidos e o coração de quem aprecia e estuda o metal pulsarem de alegria. Ao lado de outros nomes que apresentaram discos magníficos nos últimos anos - coloque aí bandas como Machine Head, Mastodon, Lamb of God, Gojira, Opeth e mais alguns poucos nomes -, o Trivium vai escrevendo a sua história com cores cada vez mais fortes e sólidas, história essa que, a julgar por tudo o que foi feito até agora, caminha para apenas um destino: a consolidação da banda como uma das mais sólidas e criativas formações do heavy metal contemporâneo.

Vengeance Falls é um dos melhores discos do Trivium, o que o coloca, com folga, também na lista dos melhores lançamentos do ano. Sólido e consistente, mostra uma banda faminta e feroz, muito distante do metalcore que a revelou ao mundo, nos brindando com uma música complexa, agressiva e atual, escalando com velocidade a estrada que leva ao topo da hierarquia do metal.

Excelente, mais uma vez!

Nota 9

Faixas:
1 Brave This Storm
2 Vengeance Falls
3 Strife
4 No Way to Heal
5 To Believe
6 At the End of This War
7 Through Blood and Dirt and Bone
8 Villainy Thrives
9 Incineration: The Broken World
10 Wake (The End is Nigh)

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